Durante essa semana, saiu um conto bem bacana da nossa autora parceira aqui no blog, Ju Lund, no jornal Zero Hora - um dos jornais diários de maior circulação no Brasil.
Esse conto foi escrito a pedido, para a série "Fricção", do Planeta Ciência, que apresenta narrativas curtas inspiradas em notícias ou temas inusitados da ciência.
Leiam e comentem clicando aqui :)
" A criatura chegou numa velocidade sem igual.
– Seria orgânico ou algum tipo mecânico? – questionei Tobias, perplexo.
Ele pairou a poucos metros de distância do sol, como se a temperatura não o afetasse. Em seguida, desceu devagar aquele tentáculo fino como uma sonda e ligou-se ao sol.
– Sugadores de luz? Como vampiros? – sibilei convicto para Tobias.
Visivelmente roubando algo, sugando, a aparição intrigava. Desde a filmagem russa,
feita ao acaso há pouco mais de um par de anos, investigava o caso do sol.
Toc, toc. Toc!
As batidas na porta me fizeram pular sobre a cadeira, pois estava absorto em reflexões. Olhei o relógio, passava das três.
– Quem seria? – questionei Tobias.
Professor Yuri Novc e Vilas Boas, eu os vi ao espiar a câmera de “insegurança”. O que faria virem a minha procura a uma hora daquelas? Abri devagar, analisando os dois homens por sobre meus óculos de leitura.
– Homem do céu! Demorou a abrir! – irrompeu o Professor Novc. – Assunto confidencial.
– Vamos entrando – convidei tardiamente, pois já se acomodavam.
Servi conhaque aos dois, fazia muito frio naquela madrugada de julho.
– O que traz vocês aqui? – perguntei sem rodeios.
– A comunidade científica acredita que os cometas não trouxeram apenas água, mas também moléculas complexas – respondeu Novc de imediato.
– Acredita-se que, bem... – Vilas Boas tossiu, parecendo nervoso. – As radiações podem ter criado organismos mutáveis.
As condições desse local de queda dão origem evolutiva ou não a essa centelha de vida. Depois que os documentos do Vaticano foram liberados, pegamos as primeiras anotações – explicou.
– Santo Graal! – exclamei, perplexo. – Não posso, o sol...
– Esqueça o maldito sol, Sir Phillip! Eles nos mandaram aqui – retorquiu Novc – Essas moléculas de vida extraterrestre pegam carona nos cometas e quando seus fragmentos caem num lugar... Evoluem!
– E esses seres se agrupam. São unidos e tornam-se vampiros manipuladores!
Os dois se entreolharam. Vilas Boas torceu o rosto, parecia cansado. Yuri Novc caminhou até a pequena mesinha e serviu-se de mais conhaque.
– Eles ocupam grandes cargos, reúnem-se e são separados por siglas. Não se escondem.
Seu relato foi interrompido por uma aparição na televisão, não pelo tilintar da chuva ou pelo ronronar de Tobias. Era uma propaganda. Política.
– Seria orgânico ou algum tipo mecânico? – questionei Tobias, perplexo.
Ele pairou a poucos metros de distância do sol, como se a temperatura não o afetasse. Em seguida, desceu devagar aquele tentáculo fino como uma sonda e ligou-se ao sol.
– Sugadores de luz? Como vampiros? – sibilei convicto para Tobias.
Visivelmente roubando algo, sugando, a aparição intrigava. Desde a filmagem russa,
feita ao acaso há pouco mais de um par de anos, investigava o caso do sol.
Toc, toc. Toc!
As batidas na porta me fizeram pular sobre a cadeira, pois estava absorto em reflexões. Olhei o relógio, passava das três.
– Quem seria? – questionei Tobias.
Professor Yuri Novc e Vilas Boas, eu os vi ao espiar a câmera de “insegurança”. O que faria virem a minha procura a uma hora daquelas? Abri devagar, analisando os dois homens por sobre meus óculos de leitura.
– Homem do céu! Demorou a abrir! – irrompeu o Professor Novc. – Assunto confidencial.
– Vamos entrando – convidei tardiamente, pois já se acomodavam.
Servi conhaque aos dois, fazia muito frio naquela madrugada de julho.
– O que traz vocês aqui? – perguntei sem rodeios.
– A comunidade científica acredita que os cometas não trouxeram apenas água, mas também moléculas complexas – respondeu Novc de imediato.
– Acredita-se que, bem... – Vilas Boas tossiu, parecendo nervoso. – As radiações podem ter criado organismos mutáveis.
As condições desse local de queda dão origem evolutiva ou não a essa centelha de vida. Depois que os documentos do Vaticano foram liberados, pegamos as primeiras anotações – explicou.
– Santo Graal! – exclamei, perplexo. – Não posso, o sol...
– Esqueça o maldito sol, Sir Phillip! Eles nos mandaram aqui – retorquiu Novc – Essas moléculas de vida extraterrestre pegam carona nos cometas e quando seus fragmentos caem num lugar... Evoluem!
– E esses seres se agrupam. São unidos e tornam-se vampiros manipuladores!
Os dois se entreolharam. Vilas Boas torceu o rosto, parecia cansado. Yuri Novc caminhou até a pequena mesinha e serviu-se de mais conhaque.
– Eles ocupam grandes cargos, reúnem-se e são separados por siglas. Não se escondem.
Seu relato foi interrompido por uma aparição na televisão, não pelo tilintar da chuva ou pelo ronronar de Tobias. Era uma propaganda. Política.
– Precisamos de uma vacina – declarou Novc, determinado.
– Malditos sejam – falou Vilas Boas.
– Como não percebi antes? Eles estão entre nós... "
– Malditos sejam – falou Vilas Boas.
– Como não percebi antes? Eles estão entre nós... "
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